quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tankard - Hangar 110 - SP - 24-01-13



Por Leandro Cherutti/Fotos Leandro Cherutti

A banda alemã Tankard, conhecida mundialmente pelo seu jeito descontraído de fazer música, realizou no ultimo dia 24 de janeiro um show pra la de agitado na capital paulista. O grupo se gaba de ser o criador de um estilo único de Thrash Metal, com músicas que abordam a cerveja como tema principal, e foi assim o Tankard acabou ganhando o apelido de Kings of Beer, que em português significa Reis da Cerveja. Esta foi à segunda passagem dos alemães por São Paulo, e o lugar escolhido mais uma vez foi o Hangar 110.  O Tankard não foi à única atração internacional daquela magnífica noite, que contou também com a participação do War-Head, banda de Thrash/Death Metal originária da Croácia. Mas isto não foi tudo, ainda participou do evento as excelentes bandas Executer e Blasthrash, ambas brasileiras.

O Executer foi o primeiro nome a se apresentar na noite, mas infelizmente não consegui presenciar o show, pois acabei ficando preso no transito caótico que se formou na Marginal do Rio Tietê naquele inicio de noite. Quando finalmente consegui chegar ao Hangar 110, já era hora do Blasthrash se apresentar, o que se deu às 20h15. O quinteto se formou em 1998 e é composto por Dario Viola (Vocal), Rodrigo Perestrelo e Hugo Golon (Guitarra), Diego Nogueira (Baixo) e Rafael Sampaio (Bateria). A banda trouxe ao palco um ótimo repertório e conseguiu desta forma atingir em cheio a galera. Os músicos abriram o show com a boa composição Freedom Lies Dead, faixa inclusa no Cd Violence Just For Fun de 2008, em seguida veio Sweet Taste of Addiction. As próximas foram duas faixas do álbum já citado acima, inclusive uma delas foi batizada com o mesmo nome e são elas: Violence Just For Fun e Possessed by Beer. O grupo vem trilhando um caminho árduo dentro do movimento Thrash Metal, que no Brasil acaba se tornando ainda mais difícil conquistar um espaço, mas com muita dedicação e respeito no que faz, vem conseguindo gravar o seu nome no movimento underground nacional e mundial. Para finalizar esta belíssima apresentação, reservaram as canções Nudity On TV e Psychotic Minds, que pertencem ao disco No Traces Left Behind de 2005.
Foram cerca de 40 minutos de muita empolgação por parte da banda e público. O mesmo ocorreu em dezembro de 2007, quando o Blasthrash também teve a honra de abrir o show do Tankard. Estive presente naquela oportunidade, e posso dizer de forma segura, o Blasthrash foi uma ótima escolha para ambos os shows.

A próxima atração da noite veio da Croácia, país localizado região dos Bálcãs, uma das regiões mais complicados da Europa, aonde a guerra se faz presente há séculos. E com todos estes conflitos o trafico humano ganhou uma força absurda na região, mas se engana aquele que pensa que só existe este tipo de atrocidades. Por la também se faz Metal Extremo de boa qualidade, e a banda War-Head provou isto em um show agressivo, que se iniciou às 21h com a música Free. O power trio croata é formado por Dario Turcan (Baixo/Vocal), Vladimir Suznjevic (Guitarra) e Eldar Ibrahimovic (Bateria),  juntos estes três rapazes sacudiram o Hangar 110 com setlist muito bom, que teve na seqüência Terrorizer, Who Dares Wins e 1000 Eyes. O show foi bem curto, mas o suficiente para o público brasileiro conhecer o War-Head, que ainda tocou um som que leva o nome do grupo. Assim foi a primeira passagem do grupo por São Paulo, que logo após o show desceu para cumprimentar e agradecer o apoio que receberam naquela noite.

Mais um intervalo chegou, era à hora dos fãs se reabastecerem com mais cerveja, nada mais justo se tratando da noite, assistir um show do Tankard sem beber uma cerveja é praticamente um sacrilégio. Não estava fácil, a fila estava enorme, havia fila para tudo, banheiro, comprar, retirar os produtos adquiridos, o Hangar 110 literalmente ficou menor do que já é, mas com certeza ninguém reclamou, pois o Tankard iria se apresentar. Pontualmente às 22h o caos tomou conta do lugar, e como um terremoto o Tankard abriu a noite mandando o seu primeiro clássico Zombie Attack, que deixou a pista do Hangar 110 de pernas para o ar. Sem querer amenizar as coisas o quarteto mandou Time Warp, faixa não tão cativante quanto à primeira, mas os fãs não ligaram muito, o que eles queriam na verdade era festa, e foi o que fizeram. O show estava apenas começando, mas iniciou de uma forma intensa e agitada, e este clima perdurou por toda apresentação. A terceira faixa a fazer a alegria de todos foi o petardo The Morning After e com ela vieram dezenas de Stage Diving. O palco já não era somente do Tankard, era de todos os fãs, que não tinham limites e nem escrúpulos. Teve um cidadão que na intenção de chegar ao palco, ficou naquele vai e não vai sobre a galera, e acabou indo, ficou com a barriga no palco e as pernas para a platéia, mas o que ele fez depois foi à bizarrice, simplesmente deu um jeito de abaixar as calças e ficou mostrando a nádega para todos, tem louco para tudo neste mundo. Outras surpresas surgiram, mas contarei mais adiante. Por enquanto manteremos o foco nas faixas apresentadas pelo os alemães, que deram continuidade com Need Money for Beer, que particularmente gosto muito, prosseguiu com Not One Day Dead (But One Day Mad), The Beauty and the Beast, Slipping From Reality e Stay Thirsty. O show estava perfeito e o público completamente alucinado, para todos os lados que eu olhava tinha algo de incomum acontecendo. 


Alguns fãs mais exaltados escalavam as pilastras do recinto como verdadeiros alpinistas, e um deles foi mais longe ainda, não satisfeito pela façanha, se movimentou até o meio da pista dependurado na viga de sustentação do telhado ou de iluminação, não sei ao certo definir. Difícil de acreditar, mas é a pura verdade. Outro bom momento do show se deu com as músicas Maniac Forces, Die With a Beer Your Hand, Rectifier e Chemical Invasion. No ano passado a banda completou 30 anos de existência, e durante estas 3 décadas se mantiveram lançando discos ininterruptamente, criando assim algumas preciosidades. O mais recente saiu em 2012 com o titulo de A Girl Called Cerveza.  Em certo momento do show, uma garota não hesitou em subir no ombro de um rapaz, e no momento seguinte olhou para o palco com aquela cara de quem diz: eu vou aprontar! E aprontou, em seguida retirou a camiseta e o sutiã, foi à alegria da rapaziada, por alguns segundos o foco do show mudou e todos se voltaram para a garota de seios de fora, a qual jogou o sutiã para o vocalista Gerre, que o usou sobre a cabeça por alguns segundos. Para encerrar esta apresentação histórica em São Paulo, o quarteto formado por Gerre (Vocal), Frank (Baixo), Andi (Guitarra) e Olaf (Bateria) mandaram três grandes hits do grupo, sendo eles Alien, Space Beer e (Empty) Tankard.

Foi um show realmente incrível, e espero ter conseguido transmitir em palavras, tudo que vi e ouvi dentro do Hangar 110. Agora gostaria de deixar meu agradecimento a Edu Lane e Tumba Produções, pela realização deste ótimo evento, e dizer muito obrigado pelos 17 anos de dedicações e apoio ao metal extremo, não só em nosso país como na América latina. Para quem não sabe, a Tumba Produções foi à responsável por centenas de shows realizados em nosso país e exterior. Mas todo inicio tem seu fim e o da Tumba Produções aconteceu no ultimo dia 24 de janeiro e da melhor forma possível.

Setlist - Blasthrash
Intro (F.L.D)
Freedom Lies Dead
Sweet Taste of Addiction
Violence Just For fun
Possessed By Beer
Nudity on TV
Psychotic Minds

Setlist – War-Head
Intro
Free
Terrorizer
Who Dares Wins
1000 Eyes
Away
War-head
Setlist – Tankard
Zombie Attack
Time Warp
The Morning After
Need Money for Beer
Not One Day Dead (But One Day Mad)
The Beauty and the Beast
Slipping From Reality
Stay Thirsty!
Rules for Fools
Maniac Forces
Die With a Beer Your Hand
A Girl Called Cerveza
Rectifier
Chemical Invasion
Encore
Alien
Space Beer
(Empty) Tankard







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