Por Leandro
Cherutti/Fotos Leandro
Cherutti
Enquanto a Big
Four do Thrash Metal alemão não passa de um mero sonho, temos que nos contentar
em ver nomes como Kreator, Destruction, Sodom e Tankard de forma separada e é
isto que vem acontecendo neste inicio de ano na cidade de São Paulo. Dois nomes
que incluem este quarteto passaram pela capital recentemente e promoveram uma
verdadeira aula de Thrash Metal. O primeiro a se apresentar foi o Tankard, que
no último dia 24 de janeiro realizou uma apresentação avassaladora na casa de
shows Hangar 110. O Destruction veio logo em seguida e aportou na capital dia 3
de fevereiro, tocando ao lado das bandas Genocídio e Nervosa. Este show é parte
integrante da turnê Spiritual Genocide: 30 Years Of Total Destruction, que além
de comemorar os 30 anos do grupo, promove o mais recente álbum Spiritual
Genocide.
O clima enfrente ao Via Marquês estava tranquilo, com pessoas revendo velhos amigos, algumas fazendo novas amizades,
outros tomando aquela cerveja antes de entrar, tudo aparentemente muito
amigável, mas sempre tem aquele engraçadinho que passa dos limites, que quer se
aparecer, mostrar que bebe muito e que é o cara do role, e foi isto que
aconteceu, um rapaz visivelmente bêbado se envolveu em uma pequena confusão com
os seguranças da casa, a polícia militar foi acionada e o que aparentemente
estava pacifico, ficou um pouco conturbado, mas nada de mais grave ocorreu e
logo o clima voltou ao normal.
Já dentro do recinto o clima era outro,
o público estava procurando o melhor lugar para
assistir o espetáculo, o que não foi difícil, a casa é muito espaçosa e
com o palco bem posicionado, de forma que qualquer um possa ver. Ainda era bem
cedo quando o primeiro nome da noite subiu ao palco, e isto aconteceu às 18h15
com a banda Nervosa. O grupo já abriu shows para nomes como Exodus, Sodom,
Artillary, Exumer e Raven, mostrando assim que vem realizando um excelente
trabalho. O primeiro som a ser executado foi Time to Death, que antecedeu a paulada Justice be Done. Fernanda Lira (Baixo/Vocal) e Prika Amaral
(Guitarra) estavam endiabradas, realizando um ótimo desempenho, deixando assim
a galera agitadíssima. Fernanda é bem carismática e interage muito com o
público e foi em umas dessas conversas que anunciou o único som cantado em
português Urânio em Nós.
A banda veio para este show desfalcada
de um baterista, e para suprir esta lacuna recrutaram temporariamente Amilcar
Christófaro (Torture Squad) um nome de muito respeito no cenário nacional.
Arrisco afirmar que esta foi à melhor apresentação que já presenciei, Amilcar
botou um tempero a mais na “cozinha”, adicionando muito peso e técnica ao som
agressivo do grupo. O tempo era curtíssimo e logo vieram Into Moshpit, Wake Up and Fight, Envious, Invisible Oppression e se
despediram com Masked Betrayer, que
já se tornou um clássico. A Nervosa mostrou nesta apresentação que esta
afinadíssima, e se continuar nesta pegada irão chegar muito longe na velha e
longa estrada do Thrash Metal.
O Genocídio foi
o próximo a se apresentar e iniciaram às 19h15, com as faixas Fire Rain, Numbness Sunshine e Pilgrim. A banda apresentou ao
público paulistano o seu novo integrante, o baterista João Gobo, que esta
substituindo Patrick Leung. Além do já citado João Gobo, o Genocídio ainda
conta com W. Perna (Baixo), Rafael Orsi (Guitarra) e Murillo Leite
(Guitarra/Vocal). O repertório seguiu matador com as canções Reverse, Rebellion, The Sphere of Lilit e Uproar. A penúltima música com certeza
foi o ápice do show, aonde o Genocídio prestou uma singela homenagem ao Venom,
executando o hino Black Metal, a
música foi cantada em uníssono. Os músicos deixaram o palco após tocarem The Clan. Em aproximados 40 minutos de
apresentação, o Genocídio mostrou o porquê de estarem tantos anos na estrada.
Foi um ótimo show.
Após um longo
intervalo que durou mais ou menos 30 minutos, finalmente ás 20h40 chegou o
momento do Destruction se apresentar. Subiram ao palco em meio a muita, mas
muita fumaça, enquanto ao fundo rolava a introdução Days of Confusion que abre o CD The
Antichrist e com isto ficou mais
que evidente que a próxima seria a poderosa
Thrash Till Death. O entusiasmado público mostrou que não estavam para
brincadeira e proporcionaram na pista os tradicionais mosh pit. O trio alemão
apresentou na seqüência a novíssima faixa Spiritual
Genocide, ótima
música por sinal. A temperatura voltou a se elevar quando Nailed to the Cross tomou conta do Via Marquês. É sempre muito bom
poder ouvir este clássico ao vivo, esta é a quinta oportunidade que os vejo, e
sempre parece ser a primeira, perfeito.
30 anos de carreira não são três
anos, e com toda esta experiência ao seu favor, o grupo usa e abusa do palco,
que conta com três pedestais de microfones muito bem posicionados sobre ele.
Deixando assim o grandalhão Schmier muito a vontade, o vocalista fica se
alternando entre os microfones, com isto todos os presentes na casa podem vê-lo
mais de perto. Enquanto Schmier esta ao centro do palco, por exemplo, o
guitarrista Mike Sifringer estará localizado em um dos lados, se o vocalista
for para a esquerda, Mike se movimenta também, deixando a apresentação do grupo
muito rica em presença de palco.
A quinta composição a ecoar pela
casa foi de surpreender, não imaginaria que este som poderia fazer parte do
setlist, estou falando de Satan's
Vengeance, e logo após teve a faixa que deu origem ao velho açougueiro
louco, mascote da banda. Sim, sim ela mesma Mad
Butcher, que fez o clima ficar ainda mais agitado. Intercalando novas
músicas com antigas o set foi sendo executado de forma primorosa e vieram à
novíssima Carnivore, seguida de dois clássicos indiscutíveis Eternal Ban, Life Without Sense e novamente voltaram ao Disco Spiritual Genocide com Cyanide.
Até o momento
metade do espetáculo já havia sido realizado, e continuo com a faixa Antichrist encontrada no álbum Infernal Overkill lançado há 28 anos.
Após este petardo Schmier apresentou o baterista Vaaver ao público, que esta no
grupo desde o ano de 2010. O eximo baterista realizou um grandioso solo de
bateria, e para quem já havia assistido uma apresentação do Destruction
anteriormente, sabia que era a deixa para a música Tormentor assumir o seu lugar no repertório, e logo após tocaram Hate is My Fuel. Daqui pra frente os músicos despejaram uma
avalanche de clássicos, encabeçada por Death
Trap, passando pela belíssima The
Butcher Strikes Back, que veio seguida da magnífica faixa Total Desaster. Antes de deixarem o
palco mandaram à invasiva Bestial Invasion, com direito a velha brincadeira a
qual o vocalista Schmier grita Bestial e os fãs Invasion. Na volta para o bis e
ainda sem iluminação sobre o palco, podia se ouvir o arrepiante início de uma
das mais queridas faixas já elaborada pelo os alemães, sendo ela Curse the God.
O Destruction já é um velho conhecido do
público paulistano, nos últimos 8 anos se apresentaram por aqui nada menos que
5 vezes, média de 1 show a cada 1 ano e 6 meses, média baixíssima se tratando
de uma banda estrangeira. Nesta última oportunidade realizaram um show mais que
perfeito, repertório excelente, som afinadíssimo e presença de palco impecável.
Setlist – Nervosa
Time to Death
Justice be Done
Urânio em Nós
Into Moshpit
Wake Up and Fight
Envious
Invisible Oppression
Masked Betrayer
Setlist –
Genocídio
Fire Rain
Numbness Sunshine
Pilgrim
Reverse
Rebellion
The Sphere of Lilit
Uproar
Black Metal (cover Venom)
The Clan
Setlist – Destruction
Intro: Days of Confusion
Thrash
Till Death
Spiritual Genocide
Nailed to the Cross
Satan's Vengeance
Mad Butcher
Carnivore
Eternal Ban
Life Without Sense
Cyanide
Antichrist
Solo Bateria
Tormentor
Hate Is My Fuel
Death Trap
The Butcher Strikes Back
Total Desaster
Bestial Invasion
Spiritual Genocide
Nailed to the Cross
Satan's Vengeance
Mad Butcher
Carnivore
Eternal Ban
Life Without Sense
Cyanide
Antichrist
Solo Bateria
Tormentor
Hate Is My Fuel
Death Trap
The Butcher Strikes Back
Total Desaster
Bestial Invasion
Encore
Curse the
Gods
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