Por Leandro Cherutti/Fotos Leandro Cherutti
O mês de agosto é tradicionalmente conhecido como o
mês do cachorro louco, mas quem ficou louco mesmo, foram os fãs de música
extrema da cidade de São Paulo, que puderam conferir de perto a realização do
imponente evento Extreme Hate Festival. O Festival contou com a presença de
cinco importantes nomes do circuito mundial, sendo elas: Unearthly (Brasil),
Vader (Polônia), Sinister (Holanda), Suffocation (USA) e Marduk (Suécia). Com o
fim da Tumba Produções e conseqüentemente o fim do tradicionalíssimo festival
Setembro Negro, posso assegurar sem sombra de duvidas, que o Extreme Hate
Festival veio substituir a altura o antigo festival, alegrando os fãs que até
então estavam órfãos de um evento de tamanha magnitude.
Devido a um atraso da minha parte ao chegar ao
Carioca Club, ficarei devendo fotos e resenha sobre o Unearthly. Mas já os
presenciei por duas vezes e asseguro que é um excelente show.
A segunda
participação no evento ficou por conta dos holandeses do Sinister, que se
apresentaram pela ultima vez no Brasil no ano de 2009. Os músicos iniciaram de
forma devastadora, mandando logo de cara a potente Sadistic Intent, que possui uma linha de baixo fenomenal. Sem
deixar o clima esfriar, tivemos a faixa Transylvania,
que se espalhou pelo ambiente rápidamente. A música é parte do ultimo
trabalho The Carnage Ending, muito
bom, diga-se de passagem. Com um ambiente mais do que favorável, Adrie
Kloosterwaard, vocalista, anunciou a boa composição The Grey Massacre, enriquecendo ainda mais a apresentação do
Sinister neste fim de tarde.
O grupo além do já citado vocalista Adrie, conta
também com as presenças de Dennis Hartog e Batiaan Brussaard nas guitarras,
Mathijs Brussaard no baixo e ainda Toep Duin na bateria. Juntos realizaram uma
apresentação redonda. O show seguiu com Unheavenly
Domain, passando por My Casual Enemy,
Afterburner e ainda Blood Ecstacy.
Para o final guardaram a cadenciada Epoch
of Denial, magnífica composição oriunda do CD Cross the Styx de 1992.
Em
aproximados 50 minutos de apresentação, o Sinister conseguiu de forma precisa
aquecer o público, preparando muito bem o terreno para a próxima atração.
A
terceira banda a se apresentar foi o Vader, e isto aconteceu pontualmente às
18h40. O primeiro músico a comparecer ao palco e ainda com as luzes apagadas, foi
o baterista James Stewart, que se posicionou em seu instrumento aguardando o
restante do grupo. Enquanto isto o ambiente era invadido por uma introdução,
que possuía uma vocalização feminina bem interessante. Não se demorou e Peter
(Vocal/Guitarra) adentrou, seguido por Spider (Guitarra) e Hal (Baixo). Peter
deu as boas vindas ao público mandando o clássico Sothis, que veio emendada de outro petardo, nada mais nada menos que Vicious
Circles, que foi lançada primeiramente no Demo Morbid Reich de 1990 e que posteriormente saiu de forma oficial em
1993, no magnífico disco The Ultimate
Incantation. Antes que a próxima pedrada tomasse os PA’s, Peter conversou
um pouco com a galera, e até arranhou um português, soltando a frase “Boa noite
São Paulo”. E foi neste clima descontraído que Peter anunciou à violenta Wings, que atingiu de forma impactante
os fãs, logo depois foi à vez da boa Fractal
Light fazer parte do espetáculo.
Os poloneses seguiram com uma seqüência mortal,
iniciada pela exuberante Carnal,
passando por Reborn in Flames e
fecharam com intensa Silent Empire. O
Vader é uma banda em constante mutação, dificilmente um músico permanece por
muito tempo na banda, alguns dizem que Peter é uma pessoa difícil de lidar, mas
quem sabe. Como já foi citado acima, Peter é o vocalista, guitarrista e o
manda-chuva, ele quem da às ordens no grupo. Se eu pudesse traduzir em uma
palavra o nome Vader e Peter, eu diria: Simbiose.
Com uma apresentação impecável, a banda seguiu com
as músicas Return to the Morbid Reich
e Come and See My Sacrifice, ambas do
CD Welcome to the Morbid Reich de
2011.
Mas isto não foi tudo, a pesada Dark
Age trouxe os anos 80 de volta, fazendo a alegria de muito marmanjo naquela
noite. A parte final contou com a não tão nova Decapitated Saints e encerraram com Helleluyah!!! (God Is Dead). Os músicos se despediram dos fãs ao
som da The Imperial March.
Com 30
anos de existência, o Vader se deu o luxo de montar um admirável repertório,
porém não o suficiente. Mas é assim que funciona, o tempo é curto e o set tem
que se adequar ao horário.
O Suffocation
compareceu ao palco pontualmente às 19h50, trazendo consigo a primeira pedrada
da noite Thorne of Blood, um petardo do disco Pierced from Within de 1995. Neste momento o público tomou
conhecimento que o grupo não estava para brincadeira e isto se comprovou quando
tocaram a novíssima As Grace Descends
do recém lançado Pinnacle of Bedlam.
Na seqüência tivemos Catatonia, um
hino incluso no EP Human Waste de
1991 e ainda Funeral Inception. Totalmente
entregue as garras do Suffocation, os fãs clamavam por mais e foram prontamente
atendidos pelos músicos, que executaram a vigorosa Rapture of Revocation. Na ativa desde 1990, o Suffocation veio
formado da seguinte forma: Frank Mullen (vocal), Terrance Hobbs (guitarra),
Derek Boyer (baixo), Guy Marchais (guitarra) e Dave Culross (bateria).
Frank, com o microfone em mãos é totalmente insano,
além de executar um gutural com perfeição, o vocalista parece estar contaminado
pela energia contida em cada uma das músicas, pois quando não esta cantando, o
mesmo esta realizando caretas ou acompanhando o ritmo da bateria com as mãos,
como se fosse um tipo de marcação. Terrance Hobbs ao lado de Guy Marchais, sem
duvida formam uma das melhores duplas do Death Metal na atualidade. O dono do
baixo, Derek Boyer, além de ser um talentoso músico, também chama a atenção
pela forma única de tocar seu instrumento, o colocando entre as pernas e
realizando movimentos com o corpo, sua performance se torna algo interessante de se ver. Após a saída do
baterista Mike Smith no ano de 2012, Dave Culross retornou ao grupo, assumindo
assim o seu antigo posto. O músico exerceu esta função no período compreendido
entre 1997 e 1998. Um momento curioso na apresentação de Dave, se deu quando
uma de suas baquetas saiu literalmente voando de sua mão direita, mas não
atrapalhou seu desempenho, Dave manteve a calma e conseguiu outra rapidamente,
a experiência nestas horas ajuda muito.Liege of Inveracity, Pierced from Within e Abomination Reborn. Quanto mais o show se aproximava de seu final,
melhor ficou, mas infelizmente o relógio andou rápido e o fim era iminente,
sendo assim os músicos finalizaram de forma primorosa com Cataclysmic Purification e Infecting
the Crypts.
Mas vamos ao o show, que seguiu de
forma empolgante e não era para menos, o Suffocation trouxe a terra da garoa um
repertório matador, contendo alguns clássicos como:
O Suffocation
passou como um rolo compressor, não deixou pedra sobre pedra, realizou uma
apresentação soberba, digna de elogios.
O Carioca Club
esteve totalmente tomado pelo público, ir ao banheiro era sinal de fila,
comprar ou retirar algum produto no bar era desanimador, um mar de pessoas se
aglomerou enfrente ao balcão, na intenção de retirar algum produto, mas o
numero de atendentes não era muito animador, apenas dois, com sorte aparecia um
terceiro para realizar o serviço, um verdadeiro caos. Para se ter uma pequena
idéia, em determinado momento passou a ser entregue cerveja quente, até porque
os freezers não suportavam tamanha demanda, mas a direção da casa atuou bem, e
logo conseguiu restabelecer o estoque de cerveja gelada no recinto.
A última atração
da noite subiu ao palco exatamente às 21h30 e foram os suecos do Marduk. O
grupo usou e abusou da iluminação, criando um clima sombrio e ao mesmo tempo
bonito de se ver, formando desta forma uma combinação áudio visual mais que
perfeita. A primeira música a ser tocada foi Serpent Sermon, que veio acompanhada da
empolgante Nowhere No-One NothingNo-One
do penúltimo disco Wormwood de 2009.
Esta é a quinta visita do grupo a cidade de São Paulo, e tive o prazer de
presenciar três delas, e confesso que as anteriores foram melhores em relação
ao repertório, mas tenho que relevar, até porque este show contou com outras
quatro apresentações e o tempo ficou curto.
Os suecos seguiram tocando Temple of Decay que antecedeu o primeiro
clássico da noite, Christraping Black
Metal, faixa encontrada no CD Panzer
Division Marduk, considerado por mim ao lado de World Funeral um dos melhores de toda discografia. E é do
disco World Funeral
a próxima, a indispensável With Satan and Victorious Weapons que conseguiu levantar ainda mais
o público. Os músicos mostraram um entrosamento impecável e não é para menos,
estão juntos desde 2006. Já que citei os integrantes irei falar um pouco sobre
eles e iniciarei pelo líder e fundador Morgan Steinmeyer Håkansson, que esta em pela forma técnica e com uma desenvoltura muito
boa, conseguindo em determinados momentos ser a atração principal do
espetáculo. Devo, é o baixista, ele já é mais recatado, ficou praticamente todo
o show postado no lado esquerdo do palco, tocando seu instrumento com
perfeição. Ao fundo o ótimo baterista Lars Broddesson, exerceu sua função de
forma eximia, não deixando o grupo se perder no tempo. E por ultimo Mortuus, que
possui uma excelente desenvoltura nos vocais, conseguindo desta maneira
transmitir todo o sentimento expresso em cada uma das composições. O Marduk mostrou nesta noite que os anos se passaram, formações
vieram e se foram, mas algo sempre ficou e foi à velha essência do Black Metal.
Celebrando a isto tivemos Azrael, a
cadenciada Womb of Perishableness, a
Imprescindível Materialized In Stone e deixaram o palco depois de tocarem Wolves.
Ao voltar ao
palco para o tradicional bis, Mortuus perguntou a todos se gostariam de ouvir
mais uma, a resposta foi mais do que óbvia, não só uma, como outras tantas se
possível, mas infelizmente só ficou mesmo na curta, porém clássica Baptism by Fire. O Marduk
encerrou magnificamente bem o evento, fechando os portões do inferno com chave
de ouro.
Pessoas de diversas regiões do Brasil compareceram ao Carioca Club
no último dia 4 de agosto em busca de diversão e foi o que tiveram. Além disso,
puderam fazer parte de um momento histórico da música extrema na cidade de São
Paulo, pois não é sempre que podemos presenciar um evento de tamanha
importância como este. Para finalizar gostaria de parabenizar a Dark Dimension
pelo ótimo trabalho realizado e agradecer ao Marcos pela gentil colaboração
junto ao Metal Concerts.
Mais Fotos Abaixo.
Setlist – Sinister
Sadistic Intent
Transylvania
The Grey Massacre
Unheavenly Domain
My Casual Enemy
Afterburner
Blood Ecstacy
Epoch of Denial
Setlist – Vader
Sothis
Vicious Circle
Wings
Fractal
Light
Carnal
Reborn in
Flames
Silent
Empire
Return to
the Morbid Reich
Come and
See My Sacrifice
Dark Age
Decapitated
Saints
Helleluyah!!!
(God Is Dead)
The
Imperial March
Setlist - Suffocation
Thrones of Blood
As Grace Descends
Catatonia
Funeral Inception
Rapture of Revocation
Liege of Inveracity
Pierced from Within
Abomination Reborn
Purgatorial Punishment
Cataclysmic Purification
Infecting the Crypts
Setlist – Marduk
Serpent Sermon
Nowhere No-One
NothingNo-One
Nothing The
Black... Imago Mortis Slay the Nazarene
Temple of Decay
Christraping Black
Metal
With Satan and
Victorious Weapons
Womb of
Perishableness
Azrael
Materialized In
Stone
Wolves
Encore:
Baptism by Fire
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