quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Extreme Hate Festival - Carioca Club - São Paulo - 04-08-13


Por Leandro Cherutti/Fotos Leandro Cherutti

O mês de agosto é tradicionalmente conhecido como o mês do cachorro louco, mas quem ficou louco mesmo, foram os fãs de música extrema da cidade de São Paulo, que puderam conferir de perto a realização do imponente evento Extreme Hate Festival. O Festival contou com a presença de cinco importantes nomes do circuito mundial, sendo elas: Unearthly (Brasil), Vader (Polônia), Sinister (Holanda), Suffocation (USA) e Marduk (Suécia). Com o fim da Tumba Produções e conseqüentemente o fim do tradicionalíssimo festival Setembro Negro, posso assegurar sem sombra de duvidas, que o Extreme Hate Festival veio substituir a altura o antigo festival, alegrando os fãs que até então estavam órfãos de um evento de tamanha magnitude.
 Devido a um atraso da minha parte ao chegar ao Carioca Club, ficarei devendo fotos e resenha sobre o Unearthly. Mas já os presenciei por duas vezes e asseguro que é um excelente show.

A segunda participação no evento ficou por conta dos holandeses do Sinister, que se apresentaram pela ultima vez no Brasil no ano de 2009. Os músicos iniciaram de forma devastadora, mandando logo de cara a potente Sadistic Intent, que possui uma linha de baixo fenomenal. Sem deixar o clima esfriar, tivemos a faixa Transylvania, que se espalhou pelo ambiente rápidamente. A música é parte do ultimo trabalho The Carnage Ending, muito bom, diga-se de passagem. Com um ambiente mais do que favorável, Adrie Kloosterwaard, vocalista, anunciou a boa composição The Grey Massacre, enriquecendo ainda mais a apresentação do Sinister neste fim de tarde.
O grupo além do já citado vocalista Adrie, conta também com as presenças de Dennis Hartog e Batiaan Brussaard nas guitarras, Mathijs Brussaard no baixo e ainda Toep Duin na bateria. Juntos realizaram uma apresentação redonda. O show seguiu com Unheavenly Domain, passando por My Casual Enemy, Afterburner e ainda Blood Ecstacy. Para o final guardaram a cadenciada Epoch of Denial, magnífica composição oriunda do CD Cross the Styx de 1992.
Em aproximados 50 minutos de apresentação, o Sinister conseguiu de forma precisa aquecer o público, preparando muito bem o terreno para a próxima atração.

A terceira banda a se apresentar foi o Vader, e isto aconteceu pontualmente às 18h40. O primeiro músico a comparecer ao palco e ainda com as luzes apagadas, foi o baterista James Stewart, que se posicionou em seu instrumento aguardando o restante do grupo. Enquanto isto o ambiente era invadido por uma introdução, que possuía uma vocalização feminina bem interessante. Não se demorou e Peter (Vocal/Guitarra) adentrou, seguido por Spider (Guitarra) e Hal (Baixo). Peter deu as boas vindas ao público mandando o clássico Sothis, que veio emendada de outro petardo, nada mais nada menos que Vicious Circles, que foi lançada primeiramente no Demo Morbid Reich de 1990 e que posteriormente saiu de forma oficial em 1993, no magnífico disco The Ultimate Incantation. Antes que a próxima pedrada tomasse os PA’s, Peter conversou um pouco com a galera, e até arranhou um português, soltando a frase “Boa noite São Paulo”. E foi neste clima descontraído que Peter anunciou à violenta Wings, que atingiu de forma impactante os fãs, logo depois foi à vez da boa Fractal Light fazer parte do espetáculo.
Os poloneses seguiram com uma seqüência mortal, iniciada pela exuberante Carnal, passando por Reborn in Flames e fecharam com intensa Silent Empire. O Vader é uma banda em constante mutação, dificilmente um músico permanece por muito tempo na banda, alguns dizem que Peter é uma pessoa difícil de lidar, mas quem sabe. Como já foi citado acima, Peter é o vocalista, guitarrista e o manda-chuva, ele quem da às ordens no grupo. Se eu pudesse traduzir em uma palavra o nome Vader e Peter, eu diria: Simbiose.
Com uma apresentação impecável, a banda seguiu com as músicas Return to the Morbid Reich e Come and See My Sacrifice, ambas do CD Welcome to the Morbid Reich de 2011.  Mas isto não foi tudo, a pesada Dark Age trouxe os anos 80 de volta, fazendo a alegria de muito marmanjo naquela noite. A parte final contou com a não tão nova Decapitated Saints e encerraram com Helleluyah!!! (God Is Dead). Os músicos se despediram dos fãs ao som da The Imperial March.
Com 30 anos de existência, o Vader se deu o luxo de montar um admirável repertório, porém não o suficiente. Mas é assim que funciona, o tempo é curto e o set tem que se adequar ao horário.

O Suffocation compareceu ao palco pontualmente às 19h50, trazendo consigo a primeira pedrada da noite Thorne of Blood, um petardo do disco Pierced from Within de 1995. Neste momento o público tomou conhecimento que o grupo não estava para brincadeira e isto se comprovou quando tocaram a novíssima As Grace Descends do recém lançado Pinnacle of Bedlam. Na seqüência tivemos Catatonia, um hino incluso no EP Human Waste de 1991 e ainda Funeral Inception. Totalmente entregue as garras do Suffocation, os fãs clamavam por mais e foram prontamente atendidos pelos músicos, que executaram a vigorosa Rapture of Revocation. Na ativa desde 1990, o Suffocation veio formado da seguinte forma: Frank Mullen (vocal), Terrance Hobbs (guitarra), Derek Boyer (baixo), Guy Marchais (guitarra) e Dave Culross (bateria).

 Frank, com o microfone em mãos é totalmente insano, além de executar um gutural com perfeição, o vocalista parece estar contaminado pela energia contida em cada uma das músicas, pois quando não esta cantando, o mesmo esta realizando caretas ou acompanhando o ritmo da bateria com as mãos, como se fosse um tipo de marcação. Terrance Hobbs ao lado de Guy Marchais, sem duvida formam uma das melhores duplas do Death Metal na atualidade. O dono do baixo, Derek Boyer, além de ser um talentoso músico, também chama a atenção pela forma única de tocar seu instrumento, o colocando entre as pernas e realizando movimentos com o corpo, sua performance se torna  algo interessante de se ver. Após a saída do baterista Mike Smith no ano de 2012, Dave Culross retornou ao grupo, assumindo assim o seu antigo posto. O músico exerceu esta função no período compreendido entre 1997 e 1998. Um momento curioso na apresentação de Dave, se deu quando uma de suas baquetas saiu literalmente voando de sua mão direita, mas não atrapalhou seu desempenho, Dave manteve a calma e conseguiu outra rapidamente, a experiência nestas horas ajuda muito.Liege of Inveracity, Pierced from Within e Abomination Reborn. Quanto mais o show se aproximava de seu final, melhor ficou, mas infelizmente o relógio andou rápido e o fim era iminente, sendo assim os músicos finalizaram de forma primorosa com Cataclysmic Purification e Infecting the Crypts.
Mas vamos ao o show, que seguiu de forma empolgante e não era para menos, o Suffocation trouxe a terra da garoa um repertório matador, contendo alguns clássicos como:
O Suffocation passou como um rolo compressor, não deixou pedra sobre pedra, realizou uma apresentação soberba, digna de elogios.

O Carioca Club esteve totalmente tomado pelo público, ir ao banheiro era sinal de fila, comprar ou retirar algum produto no bar era desanimador, um mar de pessoas se aglomerou enfrente ao balcão, na intenção de retirar algum produto, mas o numero de atendentes não era muito animador, apenas dois, com sorte aparecia um terceiro para realizar o serviço, um verdadeiro caos. Para se ter uma pequena idéia, em determinado momento passou a ser entregue cerveja quente, até porque os freezers não suportavam tamanha demanda, mas a direção da casa atuou bem, e logo conseguiu restabelecer o estoque de cerveja gelada no recinto.

A última atração da noite subiu ao palco exatamente às 21h30 e foram os suecos do Marduk. O grupo usou e abusou da iluminação, criando um clima sombrio e ao mesmo tempo bonito de se ver, formando desta forma uma combinação áudio visual mais que perfeita. A primeira música a ser tocada foi Serpent Sermon, que veio acompanhada da empolgante Nowhere No-One NothingNo-One do penúltimo disco Wormwood de 2009. Esta é a quinta visita do grupo a cidade de São Paulo, e tive o prazer de presenciar três delas, e confesso que as anteriores foram melhores em relação ao repertório, mas tenho que relevar, até porque este show contou com outras quatro apresentações e o tempo ficou curto.
Os suecos seguiram tocando Temple of Decay que antecedeu o primeiro clássico da noite, Christraping Black Metal, faixa encontrada no CD Panzer Division Marduk, considerado por mim ao lado de World Funeral um dos melhores de toda discografia. E é do disco World Funeral a próxima, a indispensável With Satan and Victorious Weapons que conseguiu levantar ainda mais o público. Os músicos mostraram um entrosamento impecável e não é para menos, estão juntos desde 2006. Já que citei os integrantes irei falar um pouco sobre eles e iniciarei pelo líder e fundador Morgan Steinmeyer Håkansson, que esta em pela forma técnica e com uma desenvoltura muito boa, conseguindo em determinados momentos ser a atração principal do espetáculo. Devo, é o baixista, ele já é mais recatado, ficou praticamente todo o show postado no lado esquerdo do palco, tocando seu instrumento com perfeição. Ao fundo o ótimo baterista Lars Broddesson, exerceu sua função de forma eximia, não deixando o grupo se perder no tempo. E por ultimo Mortuus, que possui uma excelente desenvoltura nos vocais, conseguindo desta maneira transmitir todo o sentimento expresso em cada uma das composições. O Marduk mostrou nesta noite que os anos se passaram, formações vieram e se foram, mas algo sempre ficou e foi à velha essência do Black Metal. Celebrando a isto tivemos Azrael, a cadenciada Womb of Perishableness, a Imprescindível Materialized In Stone e deixaram o palco depois de tocarem Wolves.
Ao voltar ao palco para o tradicional bis, Mortuus perguntou a todos se gostariam de ouvir mais uma, a resposta foi mais do que óbvia, não só uma, como outras tantas se possível, mas infelizmente só ficou mesmo na curta, porém clássica Baptism by Fire. O Marduk encerrou magnificamente bem o evento, fechando os portões do inferno com chave de ouro.

Pessoas de diversas regiões do Brasil compareceram ao Carioca Club no último dia 4 de agosto em busca de diversão e foi o que tiveram. Além disso, puderam fazer parte de um momento histórico da música extrema na cidade de São Paulo, pois não é sempre que podemos presenciar um evento de tamanha importância como este. Para finalizar gostaria de parabenizar a Dark Dimension pelo ótimo trabalho realizado e agradecer ao Marcos pela gentil colaboração junto ao Metal Concerts.

 Mais Fotos Abaixo.

Setlist – Sinister
Sadistic Intent
Transylvania
The Grey Massacre
Unheavenly Domain
My Casual Enemy
Afterburner
Blood Ecstacy
Epoch of Denial

Setlist – Vader
Sothis
Vicious Circle
Wings
Fractal Light
Carnal
Reborn in Flames
Silent Empire
Return to the Morbid Reich
Come and See My Sacrifice
Dark Age
Decapitated Saints
Helleluyah!!! (God Is Dead)
The Imperial March

Setlist - Suffocation

Thrones of Blood
As Grace Descends
Catatonia
Funeral Inception
Rapture of Revocation
Liege of Inveracity
Pierced from Within
Abomination Reborn
Purgatorial Punishment
Cataclysmic Purification
Infecting the Crypts

Setlist – Marduk

Serpent Sermon
Nowhere No-One NothingNo-One
Nothing The Black... Imago Mortis Slay the Nazarene
Temple of Decay
Christraping Black Metal
With Satan and Victorious Weapons
Womb of Perishableness
Azrael
Materialized In Stone
Wolves
Encore:

Baptism by Fire


























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