sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Obituary/Acheron - Hangar 110 - São Paulo - 14-04-13



Por Leandro Cherutti/Fotos Leandro Cherutti

O nome Obituary, é um ícone indispensável na coleção de qualquer fã de Death Metal que se preze. A banda é uma das pioneiras no estilo, e surgiu no grande “Boom” que ocorreu no mundo em meados dos anos 80 nos Estados Unidos e Suécia. Este movimento se destacou e ganhou uma enorme visibilidade com as bandas que se formaram no estado norte-americano da Flórida e o Obituary é uma delas. Recentemente estes americanos passaram por São Paulo, e se apresentaram no Hangar 110, ao lado de seus compatriotas do Acheron. O cast ainda contou com as atrações HeadHunter D.C. e Cruscifire, ambas nacionais.

A casa teve seus portões aberto às 19h, e aos poucos a galera foi entrando. Foi para um público razoavelmente pequeno que a banda Cruscifire, enraizada na cidade de Atibaia, interior paulista, deu início a sua curta apresentação. Os músicos nos presenteou principalmente com canções do recém-lançado EP HateFul de 2012. Dando ênfase a este trabalho, iniciaram com a brutal “Black Candle Light”, passando por “Last March” e “The Horror”.  O grupo é composto por Victor Angelotti (Baixo/Vocal), Vitor Nabuco (Bateria), Caio Angelotti (Guitarra) e Murillo Romagnoli (Guitarra). Os mesmos foram muito bem recebidos pela galera, e retribuindo a força, tocaram “Squeals from Slaughterhouse” do ótimo CD Chaos Season. Esta foi à segunda vez que os vi em ação, se você ainda não conseguiu, em uma próxima oportunidade não deixe de prestigiar. Para encerrar vieram “Creepy Anatomy” e “Hanged on Misery”.

A próxima atração foi o Headhunter D.C, que soube mesclar muito bem novas e antigas faixas. A abertura se deu com a intro “Funeral March” e logo veio a recém-saída do forno “Dawn of Heresy”. O pequenino vocalista Sérgio Baloff, conseguiu ganhar a atenção de todos logo na primeira canção, e daí em diante o que se viu, foi uma celebração ao Death Metal nacional com “... and the Sky Turns to Black...”. Nem mesmo um pequeno problema na guitarra de Paulo Lisboa incomodou o entusiasmado público. Do primeiro álbum Born... Suffer... Die apareceu a belissima “Am I Crazy?”, trazendo com ela outros velhos hits“. Searching For Rottenness” e “Death Vomit” e “God's Spreading Cancer”.
Não podemos deixar de citar o excelente desempenho do baixista Zulbert Buery, e do baterista Daniel Brandão, que fizeram um ótimo trabalho na “cozinha”.  As três últimas músicas foram “Deny The Light”, “Conflicts of the Dark and Light” e “Hail Metal Of Death”. Para quem imaginava que na Bahia só existisse o axé, se enganou. Estes baianos colocaram para quebrar, e mostraram que não é só de acarajé e trio elétrico que se vive na terra de todos os santos.

No momento que o Acheron se preparava para realizar sua primeira apresentação em São Paulo, ocorreu um imprevisto, faltou energia no Hangar 110. Sem duvidas alguma, a preocupação tomou conta do pensamento de cada um dos presentes, até por que muitos que estavam ali dependiam de transporte público para se locomover, e com o atraso, as chances de passar a madrugada na rua se tornavam iminente. Depois de aproximados 50 minutos, a energia foi restabelecida, e o Acheron pode realizar sua estreia em solo paulistano, e mostrar a todos o seu Death Metal satânico. Tudo começou com uma arrepiante introdução, e abrindo o caminho das trevas com “Legions of Hatred” e “Thou Art Lord”.  A blasfêmia e devoção a satanás tomou conta do ambiente neste momento da noite. Ver a figura de Vicent Crowley (Vocal/Baixo) no palco é como ver a própria personificação do mal. Para o deleite de todos, tivemos “Church of One”, “The Apocalypse” do último full-length The Final Conflict: Last Days of God e “Ave Satanas”. Em “Fuck The Ways Of Christ” Vicent Crowley fez questão de rasgar uma bíblia no palco, e jogar o resto que sobrou para os fãs, um momento inesquecível.
Em um show totalmente eficaz, Vicent e sua trupe, formada pelo baterista Kyle Severn (Acheron e Incantation), Max Otworth (Guitarra), e também pelo guitarrista Shaun Cothron, elevaram os níveis de blasfêmia em “I am Heathen”, “Satans Holds Dominion” e “LifeForce (The Blood)”. E no encore o hino “Prayer Of Hell”, após o show os músicos ficaram na pista, conversando e tirando fotos com os fãs.
Após todo o transtorno e atraso ocorrido na noite, chegou a hora de conferir o Obituary, um dos maiores pontos de referência dentro do Death Metal. Para a surpresa de muitos, a banda veio com uma formação alterada, sem o exímio guitarrista Ralph Santolla. O seu substituto foi Lee Harrison, baterista da também norte-americana Monstrosity. A banda começou de forma apoteótica, com as composições “Redneck Stomp” e “On The Floor”, em seu vácuo seguiu a “Internal Bleeding” do disco de estréia Slowly We Rot


Com uma experiência de 23 anos de palco, John Tardy (Vocal), soube como comandar a festa, e foi chamando clássicos atrás de clássicos, tais como “List Of Dead”, “Blood to Give”, duas que fazem parte do LP Darkest Day, e ainda “Chopped in Half” e da cadenciada “Turned Inside Out”.  O Baixo contou com o gigante Terry Butler, o cara é uma verdadeira lenda no estilo, tocando no passado com a extinta banda Death e até recentemente no Six Feet Under. Na bateria tivemos o maestro Donald Tardy, sempre muito sério e bem compenetrado no que faz, e na guitarra agitando o seu longo  cabeludo Trevor Peres, outro mestre nas 6 cordas.
 
O repertório escolhido pela obituary , foi muito bem selecionado, pincelando grandes sucessos do longo de sua  carreira, outros destaques ficaram com o cover do Celtic Frost “Deathoned Emperor”, “The End Complete”, “Evil Ways” e colocando um ponto final com “Slowly We Rot”.
Foi uma noite cansativa devido a tudo que aconteceu, mas altamente gratificante ver este fabuloso cast em ação! Mais uma vez irei parabenizar a Tumba Productions por mais uma belíssima organização.
 
Set List Acheron
Intro
Legions of Hatred
Thou Art Lord
Church of One
The Apocalypse
Ave Satanas
Fuck Ways of Christ
I am Heathen
Satan Holds Dominonc
LifeForce (The Blood)”
Encore
Prayer Of Hell

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