Por Leandro Cherutti/Fotos
Leandro Cherutti
O nome Obituary, é um
ícone indispensável na coleção de qualquer fã de Death Metal que se preze. A
banda é uma das pioneiras no estilo, e surgiu no grande “Boom” que ocorreu no
mundo em meados dos anos 80 nos Estados Unidos e Suécia. Este movimento se
destacou e ganhou uma enorme visibilidade com as bandas que se formaram no
estado norte-americano da Flórida e o Obituary é uma delas. Recentemente estes
americanos passaram por São Paulo, e se apresentaram no Hangar 110, ao lado de
seus compatriotas do Acheron. O cast ainda contou com as atrações HeadHunter
D.C. e Cruscifire, ambas nacionais.
A casa teve seus
portões aberto às 19h, e aos poucos a galera foi entrando. Foi para um público razoavelmente
pequeno que a banda Cruscifire, enraizada na cidade de Atibaia, interior
paulista, deu início a sua curta apresentação. Os músicos nos presenteou
principalmente com canções do recém-lançado EP HateFul de 2012. Dando
ênfase a este trabalho, iniciaram com a brutal “Black Candle Light”, passando
por “Last March” e “The Horror”. O grupo
é composto por Victor Angelotti (Baixo/Vocal), Vitor Nabuco (Bateria), Caio
Angelotti (Guitarra) e Murillo
Romagnoli (Guitarra). Os mesmos foram muito bem recebidos pela galera, e
retribuindo a força, tocaram “Squeals from Slaughterhouse” do ótimo CD Chaos Season. Esta foi à segunda vez que
os vi em ação, se você ainda não conseguiu, em uma próxima oportunidade não
deixe de prestigiar. Para encerrar vieram “Creepy Anatomy” e “Hanged on
Misery”.
A próxima atração foi o
Headhunter D.C, que soube mesclar muito bem novas e antigas faixas. A abertura
se deu com a intro “Funeral March” e logo veio a recém-saída do forno “Dawn of
Heresy”. O pequenino vocalista Sérgio Baloff, conseguiu ganhar a atenção de
todos logo na primeira canção, e daí em diante o que se viu, foi uma celebração
ao Death Metal nacional com “... and the Sky Turns to Black...”. Nem mesmo um
pequeno problema na guitarra de Paulo Lisboa incomodou o entusiasmado público.
Do primeiro álbum Born... Suffer... Die
apareceu a belissima “Am I Crazy?”, trazendo com ela outros velhos hits“. Searching For Rottenness” e “Death Vomit” e “God's
Spreading Cancer”.
Não podemos deixar de
citar o excelente desempenho do baixista Zulbert Buery, e do baterista Daniel
Brandão, que fizeram um ótimo trabalho na “cozinha”. As
três últimas músicas foram “Deny The Light”, “Conflicts of the Dark and Light”
e “Hail Metal Of Death”. Para quem imaginava que na Bahia só
existisse o axé, se enganou. Estes baianos colocaram para quebrar, e mostraram
que não é só de acarajé e trio elétrico que se vive na terra de todos os
santos.
No momento que o
Acheron se preparava para realizar sua primeira apresentação em São Paulo,
ocorreu um imprevisto, faltou energia no Hangar 110. Sem duvidas alguma, a
preocupação tomou conta do pensamento de cada um dos presentes, até por que
muitos que estavam ali dependiam de transporte público para se locomover, e com
o atraso, as chances de passar a madrugada na rua se tornavam iminente. Depois
de aproximados 50 minutos, a energia foi restabelecida, e o Acheron pode
realizar sua estreia em solo paulistano, e mostrar a todos o seu Death Metal satânico.
Tudo começou com uma arrepiante introdução, e abrindo o caminho das trevas com “Legions
of Hatred” e “Thou Art Lord”. A
blasfêmia e devoção a satanás tomou conta do ambiente neste momento da noite.
Ver a figura de Vicent Crowley (Vocal/Baixo) no palco é como ver a própria
personificação do mal. Para
o deleite de todos, tivemos “Church of One”, “The Apocalypse” do último
full-length The Final Conflict: Last Days of God e “Ave Satanas”. Em
“Fuck The Ways Of Christ” Vicent Crowley fez questão de rasgar uma bíblia no
palco, e jogar o resto que sobrou para os fãs, um momento inesquecível.
Em um show totalmente
eficaz, Vicent e sua trupe, formada pelo baterista Kyle Severn (Acheron e Incantation), Max Otworth (Guitarra), e também pelo guitarrista Shaun Cothron, elevaram
os níveis de blasfêmia em “I am Heathen”, “Satans Holds Dominion” e “LifeForce
(The Blood)”. E no encore o hino “Prayer Of Hell”, após o show os músicos
ficaram na pista, conversando e tirando fotos com os fãs.
Após todo o transtorno e atraso ocorrido na noite, chegou a hora de
conferir o Obituary, um dos maiores pontos de referência dentro do Death Metal.
Para a surpresa de muitos, a banda veio com uma formação alterada, sem o exímio
guitarrista Ralph Santolla. O seu substituto foi Lee Harrison, baterista
da também norte-americana Monstrosity. A banda começou de forma apoteótica, com
as composições “Redneck Stomp” e “On The Floor”, em seu vácuo seguiu a “Internal
Bleeding” do disco de estréia Slowly We
Rot.
Com uma experiência de 23 anos de palco, John Tardy (Vocal), soube
como comandar a festa, e foi chamando clássicos atrás de clássicos, tais como
“List Of Dead”, “Blood to Give”, duas que fazem parte do LP Darkest Day, e ainda “Chopped in Half” e
da cadenciada “Turned Inside Out”. O
Baixo contou com o gigante Terry Butler, o cara é uma verdadeira lenda no
estilo, tocando no passado com a extinta banda Death e até recentemente no Six
Feet Under. Na bateria tivemos o maestro Donald Tardy, sempre muito sério e bem
compenetrado no que faz, e na guitarra agitando o seu longo cabeludo Trevor Peres, outro mestre nas 6
cordas.
O repertório escolhido
pela obituary , foi muito bem selecionado, pincelando grandes sucessos do longo
de sua carreira, outros destaques
ficaram com o cover do Celtic Frost “Deathoned Emperor”, “The End Complete”,
“Evil Ways” e colocando um ponto final com “Slowly We Rot”.
Foi uma noite cansativa
devido a tudo que aconteceu, mas altamente gratificante ver este fabuloso cast
em ação! Mais uma vez irei parabenizar a Tumba Productions por mais uma
belíssima organização.
Set List Acheron
Intro
Legions of Hatred
The Apocalypse
Fuck Ways of Christ
I am Heathen
LifeForce (The Blood)”
Encore
Prayer Of Hell
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