Por
Leandro Cherutti/Fotos Leandro Cherutti
O
renomado evento de música extrema Setembro Negro Festival, teve no último final
de semana a sua 11ª edição realizada na cidade de São Paulo. Nesta oportunidade
contou com 3 ótimas atrações internacionais, sendo duas norueguesas e uma americana. A escandinava
veio representada pelo grupo Keep of Kalessin, e por outro grande nome da cena
Black Metal, o Gorgoroth, considerado um dos precursores do estilo. Já os
Estados Unidos foram representados por uma lenda do Death Metal, o Autopsy. Que
com exatos 25 anos de carreira, realizaria sua primeira apresentação no Brasil.
O festival contou também com a presença marcante da banda paulista
Cauterization.
O
relógio marcava 16h05 quando o Carioca Club teve suas portas abertas ao
público, que aos poucos foi entrando no recinto para prestigiar a primeira
atração do festival o Cautarization, que 25 minutos após a abertura da casa subiu
ao palco. O grupo da cidade de Presidente Prudente, localizada a oeste do estado
de São Paulo e formado pela poderosa presença feminina de Maysa Rodrigues
(Guitarra e Vocal), pelo ótimo baterista Trojillo Jr. e ainda Well Moia no
baixo. A banda é relativamente nova, mas vem conquistando com méritos o seu
espaço no underground, conseguindo dividir o palco com conhecidos nomes como Nocturnal
Depression da França, Krisiun e agora esta excelente participação no Setembro
Negro Festival. O trio realizou um bom espetáculo, apresentando ao público
composições do EP Males Infestus de
2011, e ainda teve tempo de prestar uma homenagem a saudosa banda de Black
Metal sueca Dissection, com a faixa Night’s
Blood. As bandas de aberturas sempre sofrem com o pequeno espaço destinado
a elas em um evento, mas sem sombras de dúvidas o Cauterization soube muito bem
como aproveitar esta oportunidade e mostrou a todos que veio para ficar.
A
próxima atração foi à banda norueguesa Keep of Kalessin, que surgiu em meados
dos anos 90, como uma grande promessa do Black Metal. O primeiro álbum saiu em
1997 com o titulo de Through times of war
e em 2001 apresentaram ao mundo Agnen:
A Journey Through the Dark, que em minha opinião são excelentes, trazendo
toda a obscuridade e essência do Black Metal em suas composições. Mas a partir
daí o grupo mudou e musicalmente sofreu muitas influências, descaracterizando o
som original do grupo. No Carioca Club o quarteto realizou um show preciso e
muito técnico, executando composições desta fase mais recente, passando por Armada, Ascendent, The Devine Land e kolossus. Em questão de presença de
palco a banda é muito boa, ficando o destaque para o bom vocalista Thebon. O
restante da banda é formado por Wizziac (Baixo) e por outros dois membros
originais Vyl (Bateria) e Obsidian Claw (Guitarra). Com aproximados 50 minutos
de show, o Keep of Kalessin encerrou muito bem sua primeira apresentação na
terra da garoa.
A
terceira participação da noite ficou com uma velha conhecida do festival, a
também norueguesa Gorgoroth, que pontualmente às 18h30 compareceu ao palco com
uma excelente introdução. Na Seqüência o Gorgoroth trouxe o inferno ao palco do
Carioca Club, com a belíssima faixa Bergtrollets
Hevn, do segundo trabalho do grupo Anthcrist.
As próximas foram Aneuthanasia e Prayer, uma dobradinha do disco Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt de
2009, levando o público ao êxtase. A banda é conhecida por não manter por
muito tempo a mesma formação, e foi o que aconteceu duas semanas antes de sua
apresentação no Brasil, o líder do Gorgoroth o guitarrista Infernus, acabou
demitindo o lendário vocalista Pest, e para cumprir suas obrigações no Brasil
convocou um substituto de peso, o vocalista Hoest, ex- Ragnarok e atual Taake. Enormes
braceletes com pregos pontiagudos e uma grande cruz invertida no pescoço,
fizeram parte do visual de Hoest, que em minha modesta opinião é um dos
melhores vocalistas de Black Metal na atualidade, dono de um vocal destruidor e
uma presença de palco marcante. Ao lado direito do palco tivemos uma lenda viva
do Black Metal, o guitarrista Infernus, que para mim é a alma e espinha dorsal
do grupo, criador de poderosos riff e dono de um visual assustador. A bateria
ficou no controle de Vyl, que já havia se apresentado momentos antes com sua
banda Keep of Kalessin, o mesmo cumpriu jornada dupla na noite, cumprindo suas
obrigações com muita destreza. No baixo senti a falta de Frank Watkins
ex-Obituary, conhecido no Gorgoroth como Bøddel, em seu lugar esteve o careca
Guh Lu. Na outra guitarra a tivemos o brasileiro Fabio Zperandio da banda Ophiolatry.
O grupo seguiu
pincelando sucessos de sua discografia como a essencial Katharinas Bortgang, do aclamado disco Pentagram, passando ainda por Revelation
Of Doom, Forces of Satan Storms e
The Rite of Infernal Invocation. O
show estava eletrizante e a galera muito agitada, assim o grupo seguiu apresentando
Ødeleggelse og undergang emendada de Blood Stains the Circle seguida de
outras duas importantes faixas Destroyer
/ Incipit Satan que foram muito bem recebidas. Para o final escolherem 3
clássicos absolutos e começaram por Krig,
logo depois a empolgante Profetens
Apenbaring, que possui um início fabuloso e dona de um belo vocal na pura
linha Folk/Viking, e por último Unchain
My Heart!!! encerrando de forma magistral a performance de uma das bandas
mais satânicas da escola norueguesa de Black Metal.
Após
um intervalo de 35 minutos chegou o momento que muitos aguardaram por anos, a
lenda Autopsy estaria diante de nós ao vivo e a cores. O sonho se realizou às
20h, quando os veteranos membros do Autopsy tomaram de assalto o palco do
Carioca Club. Chris Reifert assumiu sua bateria ao fundo do palco, no meio
ficou o talentoso baixista Joe Allen, do lado direito ficou o exímio
guitarrista Danny Coralles e do esquerdo o perito na guitarra Eric Cutler, que
parecia estar em um estado de transe enquanto uma introdução tomava conta do
ambiente, o mesmo se mexia como se estivesse tonto e seus olhos estavam
totalmente virados de forma que ficassem brancos, um show a parte e
inesquecível. Tudo começou com um clássico indiscutível Charred Remains do disco de estréia Severed Survival, para não deixar o clima esfriar mandaram outros
dois hits In the Grip of Winter e Severed Survival deixando os fãs
atordoados. A banda estava extremamente entrosada e demonstrando muito vigor, e
assim deram continuidade com a soberba Pagan
Saviour e proseguiram com Embalmed.
A galera não parou de agitar 1 minuto sequer, e sempre que possível alguém
gritava o nome de algum clássico, mas a banda segue um protocolo, com o set
list montado previamente e não tinha como atender os fãs, a única resposta era
despejar o que tinham em mãos, e não era nada desagradável, era simplesmente
mais clássicos como a música Dead que
faz parte do trabalho Mental Funeral, além
de Voices e Slaughterday.
Do
último CD Macabre Eternal tivemos Seeds of the Doomed, canção imponente e
que não deixa nada a desejar se a compararmos com as antigas composições. Antes
de deixarem o palco para o tradicional encore o quarteto mandou uma trinca
matadora com Mauled to Death, Gasping for
Air e Ridden With Disease. No
retorno tocaram a veloz Twisted Mass of
Burnt Decay e se despediram com Critical Madness. Foi um show impecável,
sem erros e sem reclamações. Com um repertório primoroso o Autospy fez a
alegria de todos os presentes no Carioca Club.
E
assim foi o grandioso e importante Setembro Negro festival 2011. Ano que vem
tem mais, e qual será a surpresa que a Tumba Produções ira nos presentear?
Set List Gorgoroth
Bergtrollets Hevn
Aneuthanasia
Prayer
Katharinas Bortgang
Revelation Of Doom
Forces of Satan Storms
The Rite of Infernal
Invocation
Ødeleggelse og undergang /
Blood Stains the Circle
Destroyer / Incipit Satan
krig
Profetens Apenbaring
Unchain My Heart!!!
Set List Autopsy
Charred
Remains |
Severed Survival
Pagan Saviour
Embalmed
Dead
Voices
Slaughterday
Seeds of the Doomed
Mauled to Death
Gasping for Air
Ridden With Disease
Twisted Mass of Burnt Decay
Critical Madness
Nenhum comentário:
Postar um comentário