segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Marduk e Enthroned - Hangar 110 - São Paulo -11-08-12



Por Leandro Cherutti/ Fotos Leandro Cherutti

Após dois anos desde a última passagem pelo Brasil, a banda Marduk, um dos mais fortes e imponentes nomes do Black Metal mundial, voltou a se apresentar em nosso país no mês de agosto, realizando um total de quatro apresentações, sendo uma delas na cidade de São Paulo. O lugar escolhido foi mais uma vez o Hangar 110, o mesmo do show anterior. A banda vem cruzando o mundo na divulgação de seu mais recente trabalho Serpent Sermom, e com isto espelhando a semente da blasfêmia em nosso planeta. Na capital paulista a banda dividiu o palco com outro importante nome do cenário negro, a banda belga Enthroned. E para abrir a noite tivemos duas participações nacionais o Mørk Visdom e Khrophus.

O sábado estava quente e ensolarado, ótimo para fazer aquele tradicional aquecimento antes do show, tomando aquela cerveja bem gelada, e foi isto que muitos dos fãs fizeram até momento antes do Hangar 110 abrir suas portas às 19h. A primeira banda a se apresentar foi à paulistana Mørk Visdom, que compareceu ao palco às 19h15 com uma pesada introdução. O repertório ficou formado com as seguintes faixas Into the Vastness of Lost and Dense Forest, Natureza obscura, Dark Winds, Abyssus Abyssus Invocat e lucifer Triumph. O grupo possui somente 1 ano de existência e é composto por: Kerak Troyll (Vocal) ex- Esgaroth, Doom Hellhound (Baixo), Lord Agramon (Bateria), Fenrisulr Brahmss (Teclado) e Kazoth Bey (Guitarra). Com exatos 30 minutos de apresentação, o grupo encerrou sua permance muito bem.
Após um intervalo de 15 minutos, tivemos na seqüência o trio catarinense Khrophus, que apresentou um poderoso e brutal Death Metal ao publico paulistano. Com 19 anos na batalha, a banda esta prestes a lançar o seu terceiro álbum, o qual recebera o nome de Eyes of Madness. E foi calcado neste último trabalho que a banda realizou sua apresentação, passando pelas inéditas faixas Smoke Screen, Forbidden Melodies, By The Sun, The Book of the Dead, Dead Face, Master of Shadows e Interpositions. Os músicos possuem um excelente desempenho no palco, e executam um Death Metal imponente e contagiante, mostrando que o Brasil esta muito bem representado neste estilo musical. O trio é formado por Alex Pazetto, dono de um vocal poderoso e um baixo avassalador, na guitarra tivemos a presença de Adriano Ribeiro, que em muitos momentos lembra a figura de Trey Azagthoth (Morbid Angel) na forma de tocar seu instrumento, e no comando das baquetas Carlos Fernandes. Sem duvidas o Khrophus passou uma ótima impressão para aqueles que ainda não conhecia o seu trabalho.

O momento internacional da noite se deu com os belgas do Enthroned, que subiu ao palco às 20h50, com o vocalista Nornagest saudando os fãs com um “Bom Dia” ao invés de boa noite. Para muitos dos fãs a banda não é a mesma desde a saída do ex-vocalista e baixista Sabathan, mas isto não é algo que influencie muito no presente da banda, pois a mesma se mantém com alto respeito no cenário Black Metal. Para iniciar os belgas mandaram a faixa recém saída do forno Deathmoor do CD Obsidium de 2012. Na seqüência o clássico The Ultimate Horde Fights, que veio emendada com Sepulchred Within Opaque Slumber faixa que compõe o último disco. O grandalhão vocalista Nornagest é uma atração no palco, olhando sua pessoa é como se o mesmo estivesse possuído em alguns momentos do show, sempre gesticulando e virando os olhos, até que os mesmos fiquem totalmente brancos. Mas sua principal marca é realizar com as mãos o velho sinal esotérico, exibido nas figuras que ilustram o Baphomet, e isto acaba se tornando algo muito característico em sua apresentação.
O set seguiu com Through the Cortex, Deviant Nerve Angelus ambas do Tetra Karscism, o primeiro trabalho com Nornagest nos vocais, e ainda vieram Obsidium, Horns aflame, Radiance Of Mordacity do Carnage In Worlds Beyond e ainda Petraolevm saliva e Vermin. O Enthroned conta também em sua formação com os músicos Phorgath no comando do baixo, Neraath e Peter Noens nas guitarras e Garghuf na bateria. Para o final a banda reservou dois grandes clássicos Under The Holocaust de 1995 e Evil Church. Em quase 1 hora de apresentação o Enthroned realizou um show coeso e preciso, deixando o palco de cabeça erguida.
Após intermináveis 30 minutos de espera, finalmente chegou a hora dos anfitriões da noite, o Marduk, que entrou no palco promovendo um verdadeiro holocausto sonoro, abrindo com a exuberante On Darkened Wings, do aclamado e idolatrado álbum Those of the Unlight. A pista estava completamente tomada pelos afoitos fãs, que logo foram contemplados pelas canções Nowhere No-One Nothing e Serpent Sermon, esta última inclusa do disco que leva o nome homônimo. De 16 anos atrás veio à ótima e necessária The Black Tormentor of Satan, que pode ser encontrada no CD Heaven Shall Burn... When We Are Gathered, e voltando mais ainda, mais precisamente para o primeiro trabalho Dark Endlees tivemos o petardo Still Fucking Dead (Here's No Peace). No ano passado a banda lançou um EP comemorativo com a intenção de presentear os fãs ao redor do mundo com canções inéditas, o qual possui três excelentes composições e leva o nome de Iron Dawn, e foi deste raro trabalho que veio a próxima faixa Warschau 2: Headhunter Halfmoon.

  O Marduk dispensa uma apresentação formal, mas para quem ainda por ventura desconhece sua formação aqui vai o quarteto: Morgan (Guitarra) único membro original da banda e dono de uma guitarra magnífica, com uma pintura totalmente camuflada, o “chefão” ficou praticamente todo o show do lado esquerdo do palco. O centro contou com a presença do respeitável vocalista Mortuus, sem duvidas ele não possui o mesmo carisma que seu antecessor Erik Legion, mas com o passar dos anos ganhou o respeito e admiração dos fãs e hoje se tornou uma peça indispensável na formação do grupo.  No lado esquerdo o gigante do baixo Devo e mais ao fundo o técnico e habilidoso Lars Broddesson. O show continuou com uma pedrada do álbum Opus Nocturne sendo ela Materialized in Stone. Outro ícone indispensável no set dos suecos é o hino Baptism by Fire que proporcionou um dos melhores momentos da noite. As próximas foram Womb of Perishableness e Soul For Belial. Com um set muito bem mesclado a banda encerrou a passagem em São Paulo com quatro grandes clássicos, iniciando com Azrael do respeitado disco La Grande Dance Macabre,seguido de  Throne of Rats, da imponente Panzer Division Marduk e concluindo com Wolves

Os fãs paulistanos mais uma vez foram presenteados com mais um belíssimo espetáculo, mas ainda a muito por vir nesta reta final de 2012, é só aguardar. Agora deixo o meu profundo agradecimento à pessoa de Edu Lane e Luciano Piantonni pela a extrema colaboração.

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