quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Hirax - Hangar 110 - SP - 14-07-13



Por Leandro Cherutti
Fotos Leandro Cherutti

Um dia após a data 13 de julho, comemorada mundialmente por fazer uma singela homenagem ao velho Rock and Roll, tivemos na cidade de São Paulo mais um evento internacional, que contou com a presença da banda norte americana Hirax e também das brasileiras VoodooPriest e Attomica. O Hirax surgiu em meado dos anos 80, época a qual se criou um dos estilos mais agressivos da música extrema, o Thrash Metal. Ao lado do Hirax, originária de Los Angeles, outros conhecidos nomes estavam se destacando nos Estados Unidos da América, em um cenário conhecido como Bay Area e eram eles: Metallica, Slayer, Exodus e Testament. É claro que existem outros nomes, mas não com tanta evidência como as citadas acima. Paralelamente na Alemanha, o Thrash Metal também estava ganhando forma com os lendários nomes: kreator, Sodom, Destruction e Tankard. Sem duvidas foi um período muito rico para o Thrash Metal mundial.

O lugar escolhido para a realização do espetáculo foi mais uma vez o tradicional Hangar 110, localizado próximo ao metro Armênia, no bairro do Bom Retiro. Mas nem mesmo a boa localização e fácil acesso, foi o suficiente para atrair um bom público ao local.   Recém formada e com uma grande aceitação entre os fãs, o VoodooPriest foi a primeira banda a comparecer, e isto aconteceu pontualmente às 20h. Com as cortinas abertas, um clima místico tomou conta do ambiente. Luz, fumaça e uma introdução com cantos indígenas, foram os ingredientes certos para criar esta atmosfera misteriosa no local. A primeira música a ecoar foi à ótima Aftermath (Of Mass Suicide), que veio acompanhada de Kamakans. 

 O quinteto é formado por profissionais talentosos, mas sem sombras de dúvidas o maior destaque é a figura marcante de Vitor Rodrigues ex–vocalista da banda Torture Squad. Com toda sua experiência, o astuto frontman soube como cativar o público e direcionar o show para um lado mais intimista. As guitarras ficaram sobre o domínio de Renato de Luccas e César Covero, os mesmos demonstraram um bom entrosamento e ficaram postados nas extremidades do palco. O baixo contou com a presença do “Predador” Bruno Pompeo, que além de ser muito preciso e técnico, chama a atenção por outro atributo, suas longas madeixas em estilo Dreads. Dividindo o trabalho na cozinha ao lado de Pompeo, tivemos o exímio baterista Edu Nicolini, que manteve o peso e velocidade com muita precisão. O show teve sua seqüência a novíssima Matu e logo depois veio à poderosa Pandemonium, remetendo os fãs aos velhos tempos de Torture Squad. Para a saideira reservaram The One I Feed e Juggernaut. Com ótimos músicos, o VoodooPriest conseguiu proporcionar um belíssimo espetáculo, deixando o palco ovacionado pelo pequeno mas caloroso público.

Naquele intervalo que se tem entre uma banda e outra, restou ao público conversar, comprar uma cerveja, um refrigerante, ir ao banheiro ou até mesmo assistir um DVD da banda britânica Judas Priest, que estava rolando em um telão. Neste tempo observei algo interessante ocorrendo no Hangar 110, uma reforma nas estruturas do recinto, o que em meu modo de ver será excelente, pois pelo o que pude identificar, estão construindo um mezanino, o que será bem vindo. Mas vamos ao que interessa, após 20 minutos chegou à hora da veterana banda Attomica assumir o seu devido lugar no palco. O grupo ficou em estado inerte de 2005 até 2012, ano qual laçaram um novo álbum, e que recebeu o nome 4. E foi desse disco os primeiros quatros sons da noite Blood Bath, Wanted, Yakuza e Down the Drain. 
 O grupo proporcionou ao público um show altamente alegre e descontraído, no melhor estilo Thrash Metal. Esta vitalidade toda teve muito a ver com os integrantes, que conseguem transmitir todo sentimento incluso em cada uma de suas composições. E já que citei a importância dos músicos, irei apresentá-los. No vocal tivemos o carismático vocalista Alex Rangel, dono de uma magnífica presença de palco, e não posso deixar de relatar a semelhança física que o mesmo possui com o também vocalista Zakk Stevens, ex- Savatage e atual Circle II Circle. No baixou ficou o único membro original do grupo André Rod. Em uma das guitarras ficou o experiente João Paulo Francis, que ao lado do também guitarrista Jonas Rodrigues, forma uma boa dupla. Já mais ao fundo e na bateria, ficou Vitor Friggi, o músico já é um velho conhecido do undeground de São Paulo, pois realiza a mesma função na banda Chaos Synopsis. Com a apresentação realizada, voltamos ao show, que teve continuidade com Black Death, passando por Nightkiller e ainda pelas clássicas Limits of Insanity e DeathRaiser.
Foi um show com uma energia incrível, o Attomica mostrou nesta noite que voltou para assumir um importante posto dentro do Thrash Metal nacional.


Neste momento atingimos a parte final do show e a mais aguardada por todos. Era chegado o momento do Hirax dar o ar da graça e isto aconteceu pontualmente às 22h10. Ainda com as cortinas totalmente fechadas o que podia se ouvir era uma introdução de piano, deixando o pequeno público ainda mais ansioso. Quando finalmente as cortinas se abriram, o quarteto mandou logo de cara à pequena, porém forte Battle of the North, que abriu caminho para que Baptized by Fire chegasse de forma avassaladora. O público era pequeno, mas nem por isto os tradicionais mosh pits e os stage diving deixaram de existir. Thrash Metal é isto, emoção do começo ao fim. E foi isto que o Hirax proporcionou neste show, música após música o clima descontraído só aumentou e a terceira faixa a participar da festa foi à boa Lucifer’s Inferno, que saiu no EP Assassins of War lançado no ano de 2006. 

O Hirax é composto por Lance Harrison (guitarra), um homem pequeno na estatura, mas um gigante ao tocar seu instrumento. Lance é muito animado, a todo o momento esteve sorrindo, brincando, incentivando à platéia, é um inquieto por natureza. Do lado esquerdo do palco ficou o baixista Steve Harrison, também muito ativo, sempre participando e agitando muito. No vocal tivemos Katon de Pena, este sim é uma figura, o cara é louco, no bom sentido, possui um desempenho no palco digno de um ator. Se todos os vocalistas se inspirassem 30% na figura carismática de Katon, sempre teríamos uma apresentação animada e intimista. Minha nota para ele não é 10 e sim 11. O baterista do grupo é Jorge Iacobellis, o mesmo possui uma espécie de deficiência visual muito forte e que o limita em seus movimentos ao andar, mas no comando da bateria mostrou que determinadas limitações não quer dizer nada quando se tem talento, Jorge Iacobellis desempenhou com muita categoria sua função e mostrou que é um excelente baterista.

O show seguiu intenso, trazendo na seqüência uma tríade pra la de forte, iniciada pela rápida Blind Faith, seguida de perto por The New Age of Terror e fechada por Hostile Territory. A todo o momento Katon se mostrou muito atencioso, tentando sempre que possível se comunicar com o público, e para demonstrar ainda mais carinho ao nosso país, Katon pegou e mostrou uma bandeira do Brasil a todos e antes de guardá-la a beijou. Foi um show recheado de surpresas até o momento e isto não foi tudo, o grupo ainda apresentou a faixa recém saída do forno Black Smoke, uma pequena amostra do que nos espera no próximo trabalho.
 
A próxima foi La Boca de la Bestia, composição que saiu no ano de 2012 em forma de single, logo depois a faixa Destroy e a empolgante El Diablo Negro, que se estendeu por um bom tempo com Katon fazendo brincadeiras com a platéia. Antes de chamar a última música da noite, o vocalista convocou ao palco a presença do brasileiro Fabrício Ravelli, que no passado já fez parte do Hirax. Para realizar esta pequena comemoração tocaram a fantástica Bombs of Death.
Após o encerramento e com exceção de Jorge Iacobellis, Katon e sua trupe desceram até a pista atendendo educadamente cada um dos fãs que solicitaram um autógrafo, foto ou uma simples conversa. O Hirax é um exemplo de humildade e que muitas bandas deveriam seguir.









Setlist - VoodooPriest
Intro
Aftermath (Of Mass Suicide)
Kamakans
Mandu
Pandemonium
The One I Feed
Juggernaut

Setlist - Attomica
Blood Bath
Wanted
Yakuza
Down the Drain
Black Death
Nightkiller
Limits of Insanity
Death Raiser

Setlist - Hirax

Battle of the North
Baptized by Fire
Lucifers Inferno
Blind Faith
New age of Terror
Hostile Territory
Black Smoke
La Boca de la Bestia
El Diablo Negro
Destroy
Barrage of Noise
Walk with Death
The Plague
Bombs of Death


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