Por
Leandro Cherutti
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Leandro Cherutti
Um
dia após a data 13 de julho, comemorada mundialmente por fazer uma singela
homenagem ao velho Rock and Roll, tivemos na cidade de São Paulo mais um evento
internacional, que contou com a presença da banda norte americana Hirax e também
das brasileiras VoodooPriest e Attomica. O Hirax surgiu em meado dos anos 80, época
a qual se criou um dos estilos mais agressivos da música extrema, o Thrash
Metal. Ao lado do Hirax, originária de Los Angeles, outros conhecidos nomes
estavam se destacando nos Estados Unidos da América, em um cenário conhecido
como Bay Area e eram eles: Metallica, Slayer, Exodus e Testament. É claro que
existem outros nomes, mas não com tanta evidência como as citadas acima. Paralelamente
na Alemanha, o Thrash Metal também estava ganhando forma com os lendários
nomes: kreator, Sodom, Destruction e Tankard. Sem duvidas foi um período muito
rico para o Thrash Metal mundial.
O
lugar escolhido para a realização do espetáculo foi mais uma vez o tradicional
Hangar 110, localizado próximo ao metro Armênia, no bairro do Bom Retiro. Mas
nem mesmo a boa localização e fácil acesso, foi o suficiente para atrair um bom
público ao local. Recém formada e com
uma grande aceitação entre os fãs, o VoodooPriest foi a primeira banda a
comparecer, e isto aconteceu pontualmente às 20h. Com as cortinas abertas, um
clima místico tomou conta do ambiente. Luz, fumaça e uma introdução com cantos
indígenas, foram os ingredientes certos para criar esta atmosfera misteriosa no
local. A primeira música a ecoar foi à ótima Aftermath (Of Mass Suicide), que veio
acompanhada de Kamakans.
O quinteto é
formado por profissionais talentosos, mas sem sombras de dúvidas o maior
destaque é a figura marcante de Vitor Rodrigues ex–vocalista da banda Torture
Squad. Com toda sua experiência, o astuto frontman
soube como cativar o público e direcionar o show para um lado mais intimista.
As guitarras ficaram sobre o domínio de Renato de Luccas e César Covero, os
mesmos demonstraram um bom entrosamento e ficaram postados nas extremidades do
palco. O baixo contou com a presença do “Predador” Bruno Pompeo, que além de
ser muito preciso e técnico, chama a atenção por outro atributo, suas longas
madeixas em estilo Dreads. Dividindo
o trabalho na cozinha ao lado de Pompeo, tivemos o exímio baterista Edu
Nicolini, que manteve o peso e velocidade com muita precisão. O show teve sua
seqüência a novíssima Matu e logo
depois veio à poderosa Pandemonium, remetendo
os fãs aos velhos tempos de Torture Squad. Para a saideira reservaram The One I Feed e Juggernaut. Com ótimos
músicos, o VoodooPriest conseguiu proporcionar um belíssimo espetáculo,
deixando o palco ovacionado pelo pequeno mas caloroso público.
Naquele intervalo que se tem entre uma
banda e outra, restou ao público conversar, comprar uma cerveja, um
refrigerante, ir ao banheiro ou até mesmo assistir um DVD da banda britânica
Judas Priest, que estava rolando em um telão. Neste tempo observei algo
interessante ocorrendo no Hangar 110, uma reforma nas estruturas do recinto, o
que em meu modo de ver será excelente, pois pelo o que pude identificar, estão
construindo um mezanino, o que será bem vindo. Mas vamos ao que interessa, após
20 minutos chegou à hora da veterana banda Attomica assumir o seu devido lugar
no palco. O grupo ficou em estado inerte de 2005 até 2012, ano qual laçaram um
novo álbum, e que recebeu o nome 4. E foi desse disco os primeiros quatros sons
da noite Blood Bath, Wanted, Yakuza e Down the Drain.
O grupo proporcionou ao público um show altamente
alegre e descontraído, no melhor estilo Thrash Metal. Esta vitalidade toda teve
muito a ver com os integrantes, que conseguem transmitir todo sentimento
incluso em cada uma de suas composições. E já que citei a importância dos
músicos, irei apresentá-los. No vocal tivemos o carismático vocalista Alex
Rangel, dono de uma magnífica presença de palco, e não posso deixar de relatar
a semelhança física que o mesmo possui com o também vocalista Zakk Stevens, ex-
Savatage e atual Circle II Circle. No baixou ficou o único membro original do
grupo André Rod. Em uma das guitarras ficou o experiente João Paulo Francis,
que ao lado do também guitarrista Jonas Rodrigues, forma uma boa dupla. Já mais
ao fundo e na bateria, ficou Vitor Friggi,
o músico já é um velho conhecido do undeground
de São Paulo, pois realiza a mesma função na banda Chaos Synopsis. Com a
apresentação realizada, voltamos ao show, que teve continuidade com Black Death, passando por Nightkiller e ainda pelas clássicas Limits of Insanity e DeathRaiser.
Foi um show com uma energia incrível, o
Attomica mostrou nesta noite que voltou para assumir um importante posto dentro
do Thrash Metal nacional.
Neste momento atingimos a parte final do
show e a mais aguardada por todos. Era chegado o momento do Hirax dar o ar da
graça e isto aconteceu pontualmente às 22h10. Ainda com as cortinas totalmente
fechadas o que podia se ouvir era uma introdução de piano, deixando o pequeno
público ainda mais ansioso. Quando finalmente as cortinas se abriram, o quarteto
mandou logo de cara à pequena, porém forte Battle
of the North, que abriu caminho para que Baptized by Fire chegasse de forma avassaladora. O público era
pequeno, mas nem por isto os tradicionais mosh pits e os stage diving deixaram
de existir. Thrash Metal é isto, emoção do começo ao fim. E foi isto que o
Hirax proporcionou neste show, música após música o clima descontraído só
aumentou e a terceira faixa a participar da festa foi à boa Lucifer’s Inferno, que saiu no EP Assassins of War lançado no ano de 2006.
O Hirax é composto por Lance Harrison
(guitarra), um homem pequeno na estatura, mas um gigante ao tocar seu
instrumento. Lance é muito animado, a todo o momento esteve sorrindo,
brincando, incentivando à platéia, é um inquieto por natureza. Do lado esquerdo
do palco ficou o baixista Steve Harrison, também muito ativo, sempre
participando e agitando muito. No vocal tivemos Katon de Pena, este sim é uma
figura, o cara é louco, no bom sentido, possui um desempenho no palco digno de
um ator. Se todos os vocalistas se inspirassem 30% na figura carismática de
Katon, sempre teríamos uma apresentação animada e intimista. Minha nota para
ele não é 10 e sim 11. O baterista do grupo é Jorge Iacobellis, o mesmo possui
uma espécie de deficiência visual muito forte e que o limita em seus movimentos
ao andar, mas no comando da bateria mostrou que determinadas limitações não
quer dizer nada quando se tem talento, Jorge Iacobellis desempenhou com muita
categoria sua função e mostrou que é um excelente baterista.
O show seguiu intenso, trazendo na seqüência
uma tríade pra la de forte, iniciada pela rápida Blind Faith, seguida de perto por The New Age of Terror e fechada por Hostile Territory. A todo o momento Katon se mostrou muito
atencioso, tentando sempre que possível se comunicar com o público, e para
demonstrar ainda mais carinho ao nosso país, Katon pegou e mostrou uma bandeira
do Brasil a todos e antes de guardá-la a beijou. Foi um show recheado de surpresas
até o momento e isto não foi tudo, o grupo ainda apresentou a faixa recém saída
do forno Black Smoke, uma pequena
amostra do que nos espera no próximo trabalho.
A próxima foi La Boca de la Bestia, composição que
saiu no ano de 2012 em forma de single, logo depois a faixa Destroy e a empolgante El Diablo Negro, que se estendeu por um
bom tempo com Katon fazendo brincadeiras com a platéia. Antes de chamar a
última música da noite, o vocalista convocou ao palco a presença do brasileiro
Fabrício Ravelli, que no passado já fez parte do Hirax. Para realizar esta
pequena comemoração tocaram a fantástica Bombs
of Death.
Após o encerramento e com exceção de
Jorge Iacobellis, Katon e sua trupe desceram até a pista atendendo educadamente
cada um dos fãs que solicitaram um autógrafo, foto ou uma simples conversa. O
Hirax é um exemplo de humildade e que muitas bandas deveriam seguir.
Setlist - VoodooPriest
Intro
Aftermath
(Of Mass Suicide)
Kamakans
Mandu
Pandemonium
The One I
Feed
Juggernaut
Setlist - Attomica
Blood Bath
Wanted
Yakuza
Down the
Drain
Black Death
Nightkiller
Limits of
Insanity
Death
Raiser
Setlist - Hirax
Battle of
the North
Baptized by
Fire
Lucifers Inferno
Blind Faith
New age of
Terror
Hostile Territory
Black Smoke
La Boca de la Bestia
El Diablo Negro
Destroy
Barrage of Noise
Walk with Death
The Plague
Bombs of
Death
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